Chuva


Aqui, agora, és amado.
Aqui, agora, és profundamente amada.
Sente o divino no teu interior. Sente-o no teu exterior. Sente como aqui e agora, tudo é amor.
Aqui, agora, tudo é amor.


E neste amor uma chuva de estrelas, uma chuva intensa, percorre a pele descendo em direção à terra, na rota do nascimento. Esta luz líquida do espirito afaga a tua presença e desvenda diferentes dimensões da existência. Desvenda a vontade do corpo para abrir-se e esvaziar espaços nos quais possa brilhar a vida. Um corpo desabitado que ainda tem quartos por visitar; uma célula que ainda tem genes por activar; uma pele que ainda tem sensações por sentir. A presença agora é um salto para o vazio: se te abrires às sensações físicas deste corpo aqui sentado, elas se multiplicam num estado de disponibilidade. Ao escutar a matéria, o espaço interdimensional entre partículas cresce, e esse vazio gerado chama novas partículas para se encaixarem no corpo, trazendo o sol à terra, convertendo-a numa estrela. Incorporam-se radiações que vêm das estrelas e constroem um corpo cristalino que multiplica a luz que se grava em cada pegada na terra. As pegadas de um ser solar, um anjo a caminhar no planeta. Assim, o teu corpo é uma chama. Assim, este círculo humano é uma fogueira. Acontece uma pequena explosão de luz, a terra piscando o seu olho ao universo, que aqui e agora responde enviando uma luz intensa, muito intensa.


Quanto mais vazio estiveres, mais cheio está o teu redor. Tal como a montanha se esvazia através das fontes e essas fontes alimentam a vida em seu redor, da mesma forma, quanto mais escutares as sensações, mais as libertas e com maior intensidade te convertes nessa chama estelar, nesse relâmpago de energia que alimenta a iluminação de cada ser ao teu redor. Quanto mais te escutas, menos existes; quanto menos existes, mais vida estás a criar, porque finalmente és deusa na terra. És esse fator que traz a divindade à terra.

Há tanto amor agora. Tanto amor.

Talvez as montanhas conheçam o teu nome. E estão a dizê-lo na forma de fontes, de pequenos riachos que descem preenchendo os vazios das rochas, levando a vida onde parece impossível. Talvez a própria terra acredite no milagre de tu própria estares viva aqui e agora criando ainda mais vida. Aqui e agora, és amada. És profunda e absolutamente amado.


Transmitido ao vivo pelo Alberto Saiz no Barreiro (Portugal), 13 de Abril, 2018

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